Aquela tinha sido a última oportunidade que me tinha sido dada até então.
Ai, quem me dera não ter sido e poderia adiar aquele encontro até ao último suspiro
da minha vida - sabia que era ali que queria acabar os meus dias: só não sabia
que estava para tão breve. Naquele momento, em que disseram para fazer as
malas, estava sozinha, de luz apagada, a ouvir uma música que, com quase toda a
certeza que ainda me restava, tinha sido composta exclusivamente para acalmar a
tensão que sentia dentro da cabeça. Não estava doente. Estava apaixonada. E lá,
do outro lado da minha viagem, estava o amor da minha vida. Era ao lado dele,
do (não único) amor da minha vida, que queria definhar – uma extinção que não
se pinta de cores negras, mas antes da libertação de uma luz que é própria. Assim:
Parti: saindo.
Cheguei: entrando.
Serenei: amando.
Morri: morrendo.