Palavras como pedras na areia.
Areais de dizeres.
Dizeres que são areais de saberes.
Silêncios como marés (batem neles ao vento).
Corres atrás do vento: procuras o silêncio.
(Vais se conseguires.)
Essa onda só bate em mar revolto.
Uma depois da outra.
Uma outra depois da onda.
E já nada será como antes.
Assim mesmo: diferente.
Voamos?
Daqui para lá.
Numa nuvem ou numa gota de chuva.
(Chega-te mais perto.)
Caímos numa poça de água salgada.
Os sapatos aos saltos molhados.
Cruzamos os dedos na promessa que já se foi.
Tempo.
E vai e volta.
(Continuo à espera.)
Fim da linha.
Fica a promessa que, mesmo querendo, não vou mudar o
mundo.
