De fora para dentro

Conte-se a história contada,
Por palavras não ditas,
Monte-se a cabala montada,
Por terroristas.

Feche-se a casa fechada,
Por pessoas de fora,
Mantenha-se essa fachada,
De quem cá não mora.

Cale-se o amor,
Grite-se a ânsia,
Faça-se tudo por favor,
Faça-se jus à ganância.

Cheire-se o azedo,
De uma tristeza profunda,
Louve-se o medo,
Que nesse corpo abunda.

Amargurem-se os amargos de uma vida,
Liberte-se a solidão,
Não se deixe ficar a dúvida,
Da essência da podridão.

Ame-se a verdade,
Ocultem-se as mentiras,
Dessa dura realidade,
Onde todos os dias te crias.